Em 1917, a I guerra mundial estava em pleno curso e a frota
alemã atacava cada vez mais navios norte-americanos. Após a eleição
presidencial nos EUA, o reeleito presidente Wilson recebe do congresso poderes
totais para entrar na guerra.
Como a harley Davidson se ocupa com o desenvolvimento de
maquinas militares, isso significa uma evolução enorme para a companhia. William
Harley apresenta pessoalmente as tropas a maioria das motocicletas e os novos
desenvolvimentos, o que lhe proporciona a vantagem de ser informado
diretamente, a partir da base, sobre possíveis desejos e modificações. Essa atividade
fundamental também se refletiria
imediatamente no numero de vendas.
Embora a guerra fosse
durar apenas mais um ano, foram embarcadas para a Europa cerca de 20.000
motocicletas para fins militares, das quais, cerca de um terço, eram
motocicletas Harley-Davidson. As motocicletas deveriam servir as tropas norte
americanas como veículos de patrulha e de correio, para o que, naturalmente,
foram montanhas nas motos modificações como suportes para armas etc. Conforme
relatos não confirmados e fotos, foi num modelo de 1917 que um certo roy holtz
atravessou pela primeira vez a fronteira alemã com uma maquina norte-americana,
em 11 de novembro de 1918.
Durante a guerra, os britânicos colocaram sua produção de
motocicletas civis à disposição, o que teve por consequência um crescente
interesse pelas V-Twin norte-americanas,
que se espalhou por toda a Europa. A hábil estratégia de marketing da
Harley-Davidson de não transformar a produção toda para fins militares, mas também
construir mais maquinas com um pessoal mais numeroso funcionou bem. Exatos 50%
da produção eram maquinas civis que, fortalecidas pelos relatos sobre sua
confiabilidade, encontraram uma camada
cada vez mais ampla de interessados. Naquele ano de produção, a Harley mudou a clássica
cor cinza para verde-oliva, e o desenvolvimento foi levado avante com toda
força. Apesar dos crescentes preços das matérias-primas,
os norte-americanos se voltaram à produção própria de peças de reposição, rolamentos e magnetos, pois com a guerra reinante não era mais possível
o suprimento de muitas partes do ultrumar. Como se, devido a isso, as ignição
bosh alemãs não estivessem mais disponíveis, o sistema de ignição foi substituído
nesse ano de produção por um produto norte-americano. O problema era que, também
justamente nas maquinas militares, no caso de defeitos na ignição, muitas vezes
o sistema inteiro tinha de ser trocado. A venda dos modelos de um cilindro decaiu
rapidamente com a qualidade e potencia cada vez melhor das V-Twin, que foram
sendo construídas em maior quantidade, tornando-se também tecnicamente
mais complexas. Para isso, a
Harley-Davidson fundou, em 1917, a Service School em Milwaukee. Lá, eram instruídos
não apenas os subordinados militares, mas também revendedores da rede
comercial, ampliada mundialmente nesse período.
Nesse meio tempo, surgiu também à venda o modelo J com 988
cc e o clássico V-Twin de 45° em diversas opções, entre as quais sidecars,
diferentes tipos de pneu etc. O modelo J tinha 17 hp já em 1917, acelerava as motocicletas ate a 105
km/h. Elas possuíam câmbio de 3 velocidades e transmissão por corrente com
regulagem de tensão, a qual poderia ser ajustada manualmente. A frenagem se
dava por intermédio de um freio periférico na roda traseira, acionado por uma
barra com alavanca. Nesse ano de produção, ainda não foi montado nenhum freio
dianteiro. Característico desse modelo era o tacômetro, em posição dominante
sobre o tanque, acionado por meio de um eixo e um pinhão ligado à corrente propulsora.
Igualmente conspícuas, como no modelo de 1916, eram as convexidades no lado
direito do tanque, necessários para proporcionar espaço suficiente para o eixo
do comando de válvulas.
Com 147kg, tratava-se de um verdadeiro peso leve em
comparação às condições atuais, o que era compensador tanto na rude
participação na guerra quanto nas inúmeras competições das quais participava a
J. Enquanto não havia ainda nenhum sistema de suspensão traseiro, na frente
havia um garfo aperfeiçoamento com molas,
que devia aumentar o conforto. O selim, enquanto isso, foi provido de um
sistema fechado de molejo que tornava o trânsito mais confortável nos caminhos ainda extremamente acidentados da
época. No ano de 1917, foram produzidos exatamente 9.100 unidades do modelo J, que custava 310 dólares na versão
civil.
Dados Técnicos 1000 ccm military (1917)
Dados Técnicos 1000 ccm military (1917)
Chassi: Quadro tubular de aço polido, rígido.
Garfo: Molas helicoidais.
Motor: V2 refrigerado
a ar, IOE admissão sobre exaustão, transmissão por corrente, ignição a magneto,
câmbio de 2 velocidades no cubo.
Cilindros: 2, 45° ângulos dos cilindros
Deslocamento: 60,30 polegadas cúbicas
Potência: cerca de 16hp
Ano de construção: 1917-1918
Escrito por: Fabio Santos
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